A vida dos cristãos permanece historicamente vinculada à pessoa de Jesus, o Cristo de Deus. Pode-se separar a psicanálise de Sigmund Freud ou o marxismo de Karl Marx, mas não é possível separar Jesus, sua pessoa e doutrina, de sua vida e de sua morte. O Seu ensinamento, a sua mensagem, o seu ministério, a sua morte de cruz e a anunciada ressurreição formam uma única realidade. Em Jesus Cristo há uma perfeita e integral identificação entre a sua pessoa e a sua causa.
O discipulado de Jesus não é semelhante ao dos rabis de Israel. Não se trata de aprender uma doutrina, mas de conhecer o Mestre. Diferente das escolas dos rabinos ou de outros pensadores, Jesus é quem escolhe e chama as pessoas para o discipulado: «Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para irdes e produzirdes fruto, e para que o vosso fruto permaneça» (Jo 15,16). O que identifica e caracteriza os discípulos de Jesus, é a vivência do mandamento do amor: «Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns para com os outros» (Jo 13,35). Se os discípulos dos doutores da lei, uma vez instruídos podiam separar-se de seu mestre e fundar uma nova escola, os discípulos de Jesus não chegam a uma «graduação», mas serão discípulos para sempre (cf. Jo 13,13-15). Pois, não se trata de aprender uma doutrina e graduar-se, mas de cultivar um profundo vínculo à pessoa de Jesus.
Seguir um mestre significa, literalmente, andar atrás, trilhar o mesmo caminho. Para os cristãos, dois mil anos após a morte e ressurreição do Senhor, ser discípulo de Jesus Cristo implica uma adesão de vida, percorrer o caminho assinalado no evangelho e testemunhar a sua ressurreição e presença no meio de nós. Esse testemunho do discípulo de Jesus passa pela experiência da cruz e aponta para a esperança do Reino que ele anunciava. Para nós Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ontem, hoje e sempre (Jo 14,6; Hb 13,8).
Excelente. Anotei: 1) Jesus é a doutrina num amálgama.
2) seus discípulos não são alunos, encarnam o testemunho do Mestre e assim prosseguem com a mesma missão;
3) não geram novas vertentes, seguem a mesma verdade, o mesmo caminho e a mesma utopia.